O BANDIDO DA LUZ VERMELHA

UM HERÓI DO CINEMA MARGINAL

Autores

  • Nicolas Mangolim Amaral Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP

Resumo

Este artigo propõe uma análise crítica do filme O bandido da luz vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, investigando as estratégias formais e discursivas pelas quais o protagonista, Jorge, é configurado como uma figura ambígua de herói-marginal. A partir da articulação entre ironia, colagem de gêneros cinematográficos e paródia da linguagem jornalística, o filme constrói uma alegoria da crise da identidade nacional no contexto de um Brasil periférico e pós-golpe. Ao tensionar os paradigmas do Cinema Novo e incorporar materiais da cultura de massas, a obra inscreve-se no projeto estético-político do Cinema Marginal, recusando soluções teleológicas e investindo na fragmentação narrativa e subjetiva como formas críticas de exposição da miséria e da violência urbana. A análise se apoia nas leituras de Ismail Xavier e Paulo Emílio Salles Gomes, que situam o filme no âmago da transformação do cinema brasileiro nos anos 1960. O artigo propõe ainda uma aproximação entre o filme e a obra plástica de Hélio Oiticica.

Biografia do Autor

  • Nicolas Mangolim Amaral, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP

    Bacharel em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo (2021). Graduando em Filosofia pela FFLCH - USP.

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Publicado

2025-06-19